segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Dívida média do brasileiro equivale a 5 meses de renda


Nunca o brasileiro deveu tanto. Entre cartões de crédito, cheque especial, financiamento bancário, crédito consignado, empréstimos para compra de veículos e imóveis - incluindo os recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) -, a dívida das famílias atingiu no fim do ano passado R$ 555 bilhões.



O valor é quase 40% da renda anual da população, que engloba a massa nacional de rendimentos do trabalho e os benefícios pagos pela Previdência Social.

A LCA Consultores constatou que, se os bancos resolvessem cobrar toda a dívida, levando em conta o empréstimo principal e os juros, de uma só vez, cada brasileiro teria de entregar quase cinco meses de rendimentos.



Em 2008, eram necessários 4,3 meses de salários, aposentadorias e pensões para quitar os empréstimos. Em dezembro do ano passado o índice era de 4,8 meses, a maior relação entre dívida e rendimentos da série histórica iniciada em 2001, quando dois meses de rendimentos serviam para pagar os empréstimos.

Apesar do endividamento recorde do consumidor, o estudo da LCA mostra que o comprometimento da renda mensal com financiamentos diminuiu nos últimos 12 meses, devido ao alongamento dos prazos de pagamento. De 2006 a 2009, os prazos médios quase que dobraram, passando de 17,3 meses para 31,1 meses.

Outros estudos confirmam que o endividamento do brasileiro é recorde. A Universidade de Brasília, com base no saldo de empréstimos com recursos livres e na massa de salários das seis regiões metropolitanas, sem contar SFH nem Previdência, conclui que o brasileiro em 2009 devia o equivalente a 10 meses e 20 dias de salário, a maior marca da série iniciada em 2004.



Em 2008, a dívida, nessa fórmula de cálculo, era menor: 10 meses e 2 dias de salário. Já para a Kantar Worldpanel (ex-Latin Panel), 65% dos dois mil lares visitados na Grande São Paulo e na Grande Rio pela consultoria tinham algum tipo de financiamento em 2009. No ano anterior, esse índice estava em 60%. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Um comentário:

Leandro Callegari Coelho disse...

É por isso que não se consegue juros mais baixos no mercado... quem já tá com o corda no pescoço e precisa de dinheiro vai pegar emprestado não importa o custo.
Quer sempre gastar mais do que tem.

A mesma coisa vale pro governo: com gastos públicos nas alturas, acima do que arrecada, precisa ter o juro real mais alto do mundo pra conseguir captação internacional...
Lamentável a situação.